sexta-feira, 15 de maio de 2009

Dia 13 - Berlim

Hoje acordámos mesmo muito cedo (ainda não eram 7h30), porque tínhamos que apanhar o comboio para Berlim, que partia da estação de Holesovice - não muito longe da hostel, felizmente. Depois do pequeno-almoço, apanhámos o eléctrico que, daí a poucas paragens, nos deixaria na estação (onde já ontem tínhamos estado para reservar os lugares)...

No comboio, ficámos num compartimento com um casal espanhol... e a Nadaia aproveitou para dormir a manhã quase toda (só chegaríamos a Berlim a meio da tarde)...

À hora do almoço, o meu estômago começou a resmungar e dirigi-me para a carruagem-restaurante para comer qualquer coisa... Contadinhos os trocos que tinha (menos de 10€ e algumas coroas), deu para pedir um bife com ovo a cavalo (que saudades!!), que me deixou de bolsos vazios mas de barriga bem cheia...

Enquanto estava eu a apreciar a minha refeição, aparece a Nadaia, visivelmente perturbada. Rapidamente me contou que, enquanto ela dormia, três polícias alemães -com toda a simpatia e calor que lhes reconhecemos - pediram (que é como quem diz que gritaram e rosnaram) que lhes mostrassem o passaporte ou o bilhete de identidade, verificando ao pormenor se eram verdadeiros. Exigiram, também, que o casal espanhol lhes mostrasse as malas... Curiosamente, quando viram que as nossas malas eram fartas mochilas de dois jovens, preferiram não meter lá as mãos...

Enquanto ela me estava a contar isto (e eu dava mais duas garfadas no bife e molhava o arroz no ovo), aparecem os ditos polícias à minha beira, mais uma vez a vociferarem em alemão. Fiz-me desentendido (se querem falar comigo, podem escolher quatro linguas e alemão não consta da lista) e o empregado do restaurante fez o favor de traduzir, dizendo que queriam ver o meu passaporte. Disse-lhes, simplesmente, que não - afinal, não tenho sequer passaporte. Após mais alguns berros e depois de começar a ver um pouco de baba raivosa a espumar-se das suas bocas, perguntei se o bilhete de identidade também serviria... Sacando um monóculo do bolso, verificaram se era verdade e, depois de verem que era português, soltaram um oportuno "Gracias"... Enfim...

Depois de mais umas voltas pelo comboio, de ouvir todas as músicas do leitor de mp3 e de pôr a leitura em dia (tudo o que se pode fazer num comboio, portanto), chegámos a Berlim por volta das 16h... O comboio chegou à Hauptbahnof, a estação principal da cidade, que é maravilhosa, segura e moderna - uma espécie de centro comercial - remodelada aquando da realização do Mundial de Futebol de 2006...

Saímos da estação e reparámos que a chuva caía mesmo muito intensamente (ah... em Praga, apanhámos 3 dias de bastante algum calor)...

Aqui chegados, tínhamos duas alternativas: a) apanhar o metro durante quase uma hora, rumo ao desconhecido, e andar 20 minutos a pé até à hostel; b) apanhar um táxi, que nos deixaria mesmo à porta da hostel em cerca de 15 minutos, onde chegaríamos secos e descansados...

Obviamente, optámos pela opção b)... Apanhámos um táxi, conduzido por um jovem iraniano bastante simpático e com quem falámos durante mais de uma hora... Sim, foi mesmo mais de hora, porque a chuva que caía na cidade fez com que o trânsito ficasse caótico e, durante cerca de 45 minutos, a única velocidade que o taxista meteu foi a primeira... A única coisa boa foi termos podido conversar com ele - sobre Berlim, sobre o Irão, sobre Portugal, sobre tudo...

Ultrapassada a parte caótica da cidade, o taxista (que tinha ficado sem o GPS minutos antes de termos entrado para o táxi) diz-nos que não sabe onde fica a nossa hostel (BackpackerBerlin)... Mostrámos-lhe no nosso mapa... Ele procura, procura... e não encontra... Entretanto, já ele tinha decidido desligar o taxímetro, o que nos surpreendeu, argumentando que, como a culpa era dele, nós não deveríamos pagar... Gostei bastante da atitude (principalmente porque o valor já ia perto dos 20€, o que já doía o suficiente) e, com a nossa ajuda, lá encontrámos a hostel (eram já quase 17h30)...

Uma vez instalados, e como a chuva não parava de cair e era já noite, decidimos que hoje não iríamos ter tempo para visitar a cidade... Ficámos pela hostel e fomos conhecer o bairro onde estávamos instalados...

Para jantar, fomos a um restaurante predominantemente homossexual (nada contra, estou apenas a constatar um facto)... e a comida era absolutamente divinal!!! (e cara, também) ...

De noite, ficámos na hostel a conversar com um irlandês que por lá conhecemos e a brincar um pouco com o cão (o Muffin) da recepcionista da hostel (e eu aproveitei bastante o facto da internet ser gratuita, confesso... onde até deu para ver um bocado do jogo Benfica-Nápoles on-line que, infelizmente, o Benfica ganhou)...

Este dia, no que diz respeito a visitar cenas, foi um autêntico desastre... A viagem de comboio foi demasiado longa e a de táxi também... O que significava que, nos três dias que ainda tínhamos em Berlim, teríamos que aproveitar ao máximo para conhecer a cidade....


Sem comentários: